quarta-feira, 17 de novembro de 2010

100 ANOS DA REVOLTA DOS MARINHEIROS. OS PRAÇAS EM LUTA ONTEM E HOJE

A Associação de Praças do Estado de Santa Catarina (Aprasc) convida para evento:

100 ANOS DA REVOLTA DOS MARINHEIROS. OS PRAÇAS EM LUTA ONTEM E HOJE

* Palestra sobre “A Revolta dos Marinheiros” com o doutor em história, José Miguel Arias Neto.

*Debate com praças sobre as lutas hoje.

Segunda-feira, 22 de novembro de 2010. Horário: 09h00

LOCAL: Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

Realização: Aprasc
Apoio: Mandato do Deputado Estadual Sargento Amauri Soares

A Aprasc (Associação de Praças do Estado de Santa Catarina), com o apoio do mandato do Deputado Estadual Sargento Amauri Soares tem a honra de convidar a população civil, praças e oficiais de todas as armas, estudantes e trabalhadores a participarem da palestra e do debate em comemoração aos 100 ANOS DA REVOLTA DOS MARINHEIROS, mais conhecida como “Revolta da Chibata”.


O evento será 22 de novembro de 2010, às 09.00h, no Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.
O evento tem por finalidade resgatar o fato histórico em que os marinheiros praças rebelaram-se contra os castigos físicos impostos a eles como forma de punição disciplinar na Marinha do Brasil.


A abordagem do tema, além de resgatar a história da luta dos trabalhadores militares do Brasil, busca relacionar a Revolta da Chibata à luta dos praças de Santa Catarina organizados em torno da Aprasc.

De 22 a 26 de novembro de 1910, os praças marinheiros, brasileiros, revoltados, subverteram para acabar com os castigos disciplinares impostos a eles, as chibatadas! Além de outras reivindicações.
Prenderam oficiais, se apossaram dos navios, armas e enviaram o seguinte manifesto ao presidente da República:

“ Rio de Janeiro, 22 de novembro de 1910. Ilmo. e Exmo. Sr. presidente da República Brasileira, Cumpre-nos, comunicar a V.Excia. como Chefe da Nação Brasileira: Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha Brasileira, a falta de proteção que a Pátria nos dá; e até então não nos chegou; rompemos o negro véu, que nos cobria aos olhos do patriótico e enganado povo .Achando-se todos os navios em nosso poder, tendo a seu bordo prisioneiros todos os Oficiais, os quais, tem sido os causadores da Marinha Brasileira não ser grandiosa, porque durante vinte anos de República ainda não foi bastante para tratar-nos como cidadãos fardados em defesa da Pátria, mandamos esta honrada mensagem para que V. Excia. faça os Marinheiros Brasileiros p ossuirmos os direitos sagrados que as leis da República nos facilita, acabando com a desordem e nos dando outros gozos que venham engrandecer a Marinha Brasileira; bem assim como: retirar os oficiais incompetentes e indignos de servir a Nação Brasileira. Reformar o Código Imoral e Vergonhoso que nos rege, a fim de que desapareça a chibata, o bolo, e outros castigos semelhantes; aumentar o soldo pelos últimos planos do ilustre Senador José Carlos de Carvalho, educar os marinheiros que não tem competência para vestir a orgulhosa farda, mandar por em vigor a tabela de serviço diário, que a acompanha. Tem V.Excia. o prazo de 12 horas, para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a Pátria aniquilada. Bordo do Encouraçado São Paulo, em 22 de novembro de 1910. Nota: Não poderá ser interrompida a ida e volta do mensageiro.- Marinheiros”.

João Cândido liderou o movimento dos praças marinheiros de 1910.

Nasceu em 24 de Junho de 1880, na então Província (hoje Estado) do Rio Grande do Sul, no município de Encruzilhada (hoje Encruzilhada do Sul), na fazenda Coxilha Bonita que ficava no vilarejo Dom Feliciano - o quinto distrito do Município Encruzilhada, que havia sido distrito de Rio Pardo até 1849. Filho dos ex-escravos João Felisberto Cândido e Inácia Felisberto, apresentou-se em 1894 na Companhia de Artífices Militares e Menores Aprendizes no Arsenal de Guerra de Porto Alegre[1] com uma recomendação de atenção especial, escrita por um velho amigo e protetor de Rio Pardo, o então capitão-de-fragata Alexandrino de Alencar, que assim o encaminhava àquela escola. Em 1895 conseguiu transferência para a Escola de Aprendizes de Porto Alegre, e em dezembro do mesmo ano, para a Marinha do Brasil, na capital, a cidade do Rio de Janeiro. No dia 22 de novembro de 1910, João Cândido deu início ao levante, assumindo o comando do Minas Gerais, pleiteando a abolição dos castigos corporais na Marinha de Guerra brasileira, além de melhores condições de trabalho. Foi designado à época, pela imprensa, como Almirante Negro. Por quatro dias, os navios de guerra Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Deodoro apontaram os seus canhões para a Capital Federal. No ultimato dirigido ao Presidente Hermes da Fonseca, os revoltosos declararam: "Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podemos mais suportar a escravidão na Marinha brasileira". A rebelião terminou com o compromisso do governo federal em acabar com o emprego da chibata na Marinha e de conceder anistia aos revoltosos. Entretanto, no dia seguinte ao desarmamento dos navios rebelados, o governo promulgou em 28 de novembro um decreto permitindo a expulsão de marinheiros que representassem risco, o que era um nítida quebra de palavra, uma traição do texto da lei de anistia aprovada no dia 25 pelo Senado da República e sancionada pelo presidente Hermes da Fonseca. Alguns marinheiros começaram a ser afastados da Marinha, aparentemente em comum acordo, para o bem de todos, outros foram presos e morreram sufocados na prisão.

Fonte: Wikpédia

Sobre o palestrante:

Quem dará a palestra sobre a “Revolta dos Marinheiros” é o Professor Doutor em História pela USP, José Miguel Arias Neto. Sua tese de doutorado é justamente “Em busca da cidadania: praças da Armada Nacional, 1867-1910”.
Possui graduação em Historia pela Universidade Estadual de Londrina (1986), mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo (1993) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (2001). Atualmente é membro de comissão - Tribunal Regional do Trabalho da 9º Região, pesquisador associado do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Estadual de Campinas, pesquisador associado ao Laboratório de Estudos sobre Intolerância da Universidade de São Paulo e professor associado da Universidade Estadual de Londrina. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil Império, atuando principalmente nos seguintes temas: História, História Política/ com ênfase em História Política do Império e dos anos iniciais da República Brasileira, Ciência e Filosofia Política Contemporânea.


Um comentário:

  1. Olhando esse artigo, talves esteja aí o inicio da minha história ou de minha família.
    A história que conheço é que me chamo oldair Roberto Cândido nascido em Francisco Beltrão/Pr, filho de Eloir José Cândido nascido no estado de Santa Catarina (Guatá/Lauro Miller) e neto de Argemiro Cândido.....

    ResponderExcluir

Muito obrigado por postar sua opinião.