Policiais divulgaram moção de repúdio contra discurso do coronel Eliésio Rodrigues durante cerimôniaOs delegados de Santa Catarina divulgaram ontem uma moção de repúdio em que classificaram como descabido e rancoroso um discurso do comandante da Polícia Militar, coronel Eliésio Rodrigues, em 17 de setembro. O coronel afirmou que não existem motivos para a reação porque não houve nenhuma ofensa.
As declarações que causaram a briga ocorreram durante uma cerimônia do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos da PM. O secretário da Segurança Público, Ronaldo Benedet, estava no local.
A presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Santa Catarina (Adepol), Sonêa Maria Ventura Neves, disse que o coronel Eliésio aproveitou um evento da PM para atacar outra categoria. De acordo com ela, Eliésio se dirigia à Polícia Civil como “outra instituição” durante o discurso.
Sonêa considerou as declarações lamentáveis e afirmou que não são compatíveis com a posição ocupada pelo comandante. A presidente da Adepol reclamou o fato de o coronel dizer à tropa que líderes são aqueles que não deixam passar uma lei obrigando a chamar delegados de excelência. Por trás da declaração, está uma proposta que tramita no Congresso Nacional que torna a função de delegado uma carreira jurídica.
Projeto seria causa do descontentamento
Sonêa afirmou que o discurso pode causar animosidade no convívio entre as corporações e declarou que o problema não foi criado pelos delegados. O coronel garantiu que não haverá complicações na atuação das duas corporações. Sobre o projeto que torna delegado uma carreira jurídica, o comandante da PM disse que na cerimônia não afirmou discordar da possibilidade de se dirigir a um delegado como excelência. O coronel Eliésio ressaltou que o secretário da Segurança Pública estava no evento e não fez qualquer reparo sobre o discurso. Garantiu que proferiu somente palavras que elevam o moral da tropa e recuperam a reputação da PM. Alegou, ainda, que tem um título de amigo da Polícia Civil.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria da Segurança Pública informou que não recebeu a moção de repúdio. O delegado-geral da Polícia Civil, Maurício Eskudlark, afirmou que não tomou conhecimento do discurso de Eliésio. Ele ressaltou que defende o respeito entre as corporações.
FELIPE PEREIRAM
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