quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Colunista Claudio Prisco

Jornal Anoticia
Colunista Claudio Prisco
data : 25/02/2009


Barril de pólvora

A Polícia Militar catarinense, que completa 174 anos de fundação em maio, hoje constitui-se num motivo de permanente preocupação para o governo LHS.

A divisão interna é tão contida e silenciosa, que atualmente não há como reunir a tropa sob comando dos oficiais sem que a desconfiança e a incerteza pairem no ar, tornando inseguro e incerto o cumprimento das ordens superiores.

Com os ritos da hierarquia, disciplina e unidade de comando comprometidos na raiz, inexiste uma organização policial militar.

E na ausência destes princípios, a autoridade se dilui e surge um campo fértil para o aparecimento de grupos (armados) que, reivindicando direitos legítimos, mas de forma totalmente ilegal, fazem valer pela força os seus argumentos e chegam ao cúmulo de ignorar leis e regulamentos, cometendo graves crimes previstos na legislação militar.

A intensificação da prática da política partidária dentro dos quartéis na última década, agravou ainda mais este quadro de desmando na PM de SC. As indicações de apadrinhados políticos (oficiais e praças) para cargos em comissões dentro e fora dos quartéis, em detrimento da valorização da atividade-fim, potencializaram o descalabro.

A anistia (no início do primeiro mandato do atual governo) de punições legalmente aplicadas pelos superiores hierárquicos e as transferências de acordo com os interesses políticos regionais (cabos eleitorais policiais) e, principalmente, o salve-se quem puder (oficiais por um lado e praças pelo outro) nas reivindicações salariais, fizeram eclodir a desarmonia na corporação.
Providências
Resultado: abandonados, os praças foram buscar refúgio em associações, como a Aprasc, redundando num caldeirão de desordens e intrigas que só um cego não veria que um dia iria transbordar. E transbordou!

A propósito, os últimos acontecimentos (rebelião e motim no período de Natal) demonstraram fartamente que o comando (de fato) das praças hoje está transferido para o deputado (sargento) Amauri Soares (PDT), que também conduz a associação dos praças.

O governo do Estado retoma o controle da situação, com a correção de distorções gravíssimas, ou Santa Catarina corre o sério risco de voltar a emplacar na mídia nacional pela baderna a que foi submetida sua estrutura militar, contaminada pelas ingerências políticas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito obrigado por postar sua opinião.